O que é uma CBDC e o Real Digital?

CBDC é uma modalidade de moeda digital com grande potencial de facilitar o sistema financeiro de um país. O Brasil está desenvolvendo a sua própria CBDC. Descubra quais mudanças isso pode trazer!

O Banco Central do Brasil anunciou, em maio de 2021, criação de uma versão digital do Real. Assim, o até então nomeado Real Digital, é uma moeda da modalidade CBDC, sigla de Central Bank Digital Currency. Em agosto de 2023, o BC divulgou que o nome oficial do projeto será Digital Real X, ou Drex, previsto para ser lançado no final de 2024.

Se você quer entender melhor como funciona uma CBDC, comece agora mesmo, lendo este artigo. Confira!

O que é CBDC?

CBDC é uma moeda digital emitida pelo Banco Central, que funciona como a versão digital da moeda fiduciária de um país. CBDC é a sigla para Central Bank Digital Currency, ou seja, Moeda Digital do Banco Central, e tem despertado maior interesse no setor financeiro.

A única maneira de diversos bancos centrais emitirem dinheiro é por meio de notas e moedas em espécie, ou seja, imprimindo dinheiro. Por outro lado, uma CBDC é emitida digitalmente, usando a tecnologia blockchain (a mesma que está por trás das criptomoedas), permitindo a circulação de moedas que não foram impressas. Entenda aqui como funciona a blockchain!

Quais são os tipos de CBDCs?

Uma CBCD pode ser criada em duas modalidades: atacado e varejo. A primeira abrange apenas bancos comerciais e câmaras de compensação para transações que acontecem entre instituições financeiras. Isso é importante para aumentar a eficiência dos pagamentos entre organizações nacionais ou internacionais. Basicamente, essa versão transita só de forma institucional.

Já a CBDC de varejo está ligada ao consumidor final, sendo uma opção ao dinheiro para os cidadãos. Dessa maneira, estimula a inclusão financeira da população, porque possibilita transações digitais por pessoas que não têm contas em banco. Nesse caso, apenas a carteira digital contendo a moeda virtual já possibilita a transação.

O que é moeda fiduciária?

Moeda fiduciária é uma moeda utilizada para transações comerciais e financeiras. Além disso, é regulamentada pelo Governo ou pela autoridade responsável pela emissão. São exemplos de moedas fiduciárias o dólar (EUA), o iene (Japão), o euro (União Europeia), entre outros.

A CBDC é também uma modalidade regulamentada pelo Banco Central de cada nação, só que no formato digital, que funciona somente no ambiente digital.

Qual a relação entre CBDC e o PIX no Brasil?

Os dois mecanismos estão envolvidos com transações financeiras digitais. No caso da CBDC, trata-se de uma moeda virtual, com emissão do Banco Central de um país. Nesse caso, o uso é regulado pelo Governo.

Já o PIX (Sistema de Pagamentos Instantâneos Brasileiro) foi criado pelo Banco Central do Brasil para promover transferências de dinheiro entre contas bancárias de forma ágil e segura durante 24 horas por dia.

Quando o projeto do Real Digital, o Drex, foi lançado, as pessoas rapidamente compararam as duas funcionalidades, no entanto, a tecnologia do pix é apenas mais uma solução de transação da moeda fiduciária física. Já o Drex, é outro tipo de sistema, que trará outras várias soluções. Além disso, o Pix funciona entre contas de bancos e instituições financeiras, enquanto uma CBDC só precisa de uma wallet (carteira de moeda digital) para ser transferida.

CBDC é uma criptomoeda?

A resposta é não, porque a Central Bank Digital Currency é uma moeda digital emitida pelo Banco Central, instituição que atua na regulação do sistema financeiro de um país.

No caso de criptomoedas, como o Bitcoin, a emissão e a distribuição ocorrem de maneira descentralizada, sem o envolvimento do Banco Central ou governo. Em razão disso, o sistema é regulado pelo conjunto de usuários, em vez de uma instituição.

Outro detalhe é que as criptomoedas são um ativo financeiro, já as CBDC podem ser utilizadas como o dinheiro tradicional com diversas finalidades (pagamento de contas, transferência, poupança etc).

Como vai funcionar o Drex?

O Digital Real X será emitido pelo Banco Central e terá uma série de características. Uma delas é a integração com os sistemas de pagamento, o que viabilizará o pagamento no comércio e a transferência de dinheiro entre instituições. Será possível, inclusive, transferir dinheiro do Governo diretamente para as pessoas, sem a necessidade de um banco como intermediário.

Com relação ao modelo de distribuição, será disponibilizado por bancos e fintechs e vai exigir a necessidade de armazenamento em carteira virtual em uma instituição financeira. Outro aspecto positivo é permitir operações digitais com outros países graças à conexão com bancos centrais de outras nações. Leia mais sobre o projeto do Drex aqui!

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